sábado, 10 de setembro de 2011

Entendendo a Deficiência Visual

“Posso admitir que o deficiente seja vítima do destino! Porém não posso admitir que seja vítima da indiferença”.
(JOHN KENNEDY)

É importante que saibamos que a deficiência visual é uma limitação sensorial que pode chegar a anular a capacidade de ver. Envolve tanto a baixa visão (ou visão subnormal) quanto à cegueira.
A Baixa Visão está associada a uma alteração da capacidade funcional da visão, proveniente de inúmeros fatores isolados ou associados, tais como: baixa acuidade visual, redução significativa do campo visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes, fotofobias, dentre outros que interferem ou que limitam o desempenho visual da pessoa. São consideradas como baixa visão as pessoas que apresentam 30% ou menos de visão no melhor olho ou aquelas que apresentam uma restrição acentuada de campo visual, [1] mesmo após o uso de óculos e/ou tratamento clínico e cirúrgico, até um resíduo visual que possa ser utilizado para realizar tarefas de seu cotidiano.
A perda da função visual pode se dar em vários graus como: severo, moderado ou leve e, portanto, cada um deles permitirá o desempenho de diferentes tipos de atividades.
A Cegueira, por outro lado, é a ausência total da visão, até a perda da projeção de luz. O processo de aprendizagem se fará através dos sentidos remanescentes (tato, audição, olfato, paladar), utilizando-se do Sistema Braille como principal meio de comunicação e escrita. Para fins legais é considerada cega a pessoa que apresentar acuidade visual igual ou menor que 0,05 ou campo visual inferior a 20º (mesmo que a acuidade visual nesse estreito campo possa ser superior a 20/200).[2] Do ponto de vista educacional, deve-se evitar o conceito de cegueira legal, utilizando-o apenas para fins sociais, pois não revelam o potencial visual útil para a execução de tarefas.

As diferenças essenciais entre a Definição Médica e a Definição Educacional com relação à deficiência visual residem na abordagem qualitativa de avaliação, tornando possível a percepção do desempenho visual dos deficientes visuais, muito mais como um processo funcional do que uma simples aferição numérica da acuidade visual. Essas diferenças fazem-se notar em cinco itens, a saber:

Análise
Classificação Médica
Classificação Educacional
1) Diagnóstico
Baseado na acuidade visual
Baseado na eficiência visual
2) Ênfase
“no que” enxerga
“como” enxerga
3) Finalidade
Legal, econômica e estatística
Prática e funcional em termos de desempenho em O&M, AVD[3] e atividades escolares.
4) Resultado
Estático em condições especiais de distância e iluminação
Dinâmico em condições de vida prática e cotidiana
5) Dados
Quantitativos (baseados em números)
Qualitativos levam em conta as características sociais, econômicas, físicas e psicológicas.




















É importantíssimo que saibamos que uma definição completa a outra e que o diagnóstico médico não leva, necessariamente, ao prognóstico É importantíssimo que saibamos que uma definição completa a outra e que o diagnóstico médico não leva, necessariamente, ao prognóstico educacional, pois pode existir um resíduo visual não desenvolvido pronto para ser ativado através da estimulação para que essa visão residual seja “eficiente”, isto é, funcional. Haja visto que há  portadores do mesmo grau de acuidade visual que apresentam níveis diferentes de desempenho visual.



[1] DEFENDI, E. L. Perdi a visão, e agora? 1ª Edição. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2008.
[2] Kretzer, M.R. Deficiência Visual e o Mundo do Trabalho: Mitos e Verdades. São Paulo: Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2009.
[2] Orientação e Mobilidade; Atividades da Vida Diária.


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